
O papa Francisco, em sua primeira Exortação Apostólica
"Evangelii Gaudium" ("A Alegria do Evangelho"), publicada nesta
terça-feira, lembrou que "o verdadeiro islã" rejeita a violência e,
"humildemente", pediu aos países islâmicos garantirem a liberdade de
culto aos cristãos.
No documento de 142 páginas, que representa a primeira
publicação de seu pontificado, o papa argentino destaca a importância do
ecumenismo e do diálogo com outras religiões, tanto para a
evangelização como para alcançar a paz.
"O ecumenismo é um caminho iniludível da evangelização. É
importante o enriquecimento recíproco. Quantas coisas podemos aprender
uns com os outros", escreveu o papa em sua exortação "A Alegria do
Evangelho", que, por sua vez, dedica vários capítulos às demais
religiões.
"O diálogo inter-religioso é uma condição necessária
para a paz no mundo e não obscurece a evangelização", considerou o papa,
que também ressaltou a importância "da relação com os crentes do islã".
Apesar de ter mencionado "episódios de fundamentalismo
violento", em uma suposta referência aos atentados contra cristãos em
países muçulmanos, o papa convida os fiéis a evitar "odiosas difusões",
já que, segundo ele, "o verdadeiro islã e uma adequada interpretação do
Corão se opõem a toda violência".
Desta forma, o papa "implora" e "roga humildemente" para
que os países de tradição islâmica assegurem a liberdade religiosa aos
cristãos, citando como parâmetro "a liberdade que os crentes do islã
gozam nos países ocidentais".
Embora tenha expressado seu "devido respeito perante as
minorias de agnósticos ou não crentes", Francisco alerta para que este
fato não faça com que "o silêncio se imponha sobre as convicções da
maiorias de crentes ou ignore a riqueza das tradições religiosas".
No primeiro documento de seu pontificado, o papa
Francisco também traz um olhar "muito especial" ao povo judeu e assegura
"que o diálogo e a amizade com os filhos de Israel são parte da vida"
dos católicos.
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