Grupo cobra melhorias salarias e valorização profissional da categoria no Estado
TERESINA - Um grupo de aproximadamente 50 jornalistas se reuniu na manhã de hoje (07/04), quando se comemora o Dia do Jornalista, para realizar um ato em frente a sede da TV Antares, emissora pública do Piauí.
De acordo com a União dos Jornalistas do Piauí (UNIJOR-PI), grupo que já conta com mais de 150 profissionais, o ato acontece em defesa da categoria, no sentido de evitar a demissão em massa anunciada pela emissora e cobrar melhores condições de trabalho e valorização profissional.

A Antares anuciou que cerca de 90 profissionais tiveram os contratos vencidos e que não irá renová-los. Em entrevista à TV Cidade Verde, na manhã de hoje, o presidente da TV, Humberto Coelho, informou que está buscando mecanismos para evitar as demissões, e que tem contactado diretamente com as secretarias de Administração e Fazenda do Estado.
Os jornalistas cobram ainda a realização de um concurso público para a contratação na emissora, mas a medida já foi descartada.
"Não estamos demitindo ninguém, apenas os contratos foram vencidos. Estamos tentando salvar a saída desses profissionais, pois é uma mão de obra de qualidade e não queremos perder. Não podemos também realizar concurso público, pois seria uma concorrência desleal com aqueles que já estão há anos na emissora. Queremos é preservá-los em seus postos, mas no momento não temos outra saída", explicou.
Diversos profissionais de veículos de comunicação foram trabalhar vestidos de preto. Jornalistas do sistema Cidade Verde, Rede Clube e Jornal Diário do Povo aderiram ao ato.



A UNIJOR-PI lançou uma carta aberta em defesa da Fundação Antares e dos jornalistas do Piauí. Leia abaixo a íntegra do documento.
CARTA ABERTA EM DEFESA DA FUNDAÇÃO ANTARES
Para muitos de nós, jornalistas, a Fundação Antares é a primeira escola fora do meio acadêmico. A principal formadora de boa parte dos mais renomados profissionais de imprensa do nosso estado. E tem sido essa uma missão importante em Teresina, desde os tempos da TV Piauí e da TV Educativa, como também nas emissoras de Parnaíba e Picos.
Suas emissoras de rádio e TV se esforçam para cumprir a missão de comunicação pública, servindo a comunidade, prestando relevantes serviços para a sociedade piauiense. Seus profissionais já produziram programas veiculados em rede nacional, exaltando as belezas do Delta do rio Parnaíba, por exemplo.
Hoje, todos trabalham em meio à precariedade que tem contaminado as redações de todo o país. Falta combustível para as equipes irem às ruas produzirem seu trabalho. Pautas são cumpridas sem a certeza do pagamento de diárias e horas extras, e por aí vai.
Não bastasse toda essa situação, nos últimos dias, funcionários da Fundação voltaram a temer demissões, o que tornará as condições de trabalho ainda mais precárias, sobrecarregando os que permanecerem no emprego e até inviabilizando a produção de reportagens, programas e telejornais.
O risco de demissão virou um processo cíclico, provocado por contratos temporários que não podem ser renovados. Culpa da falta de concurso público e de um plano de carreira para jornalistas no Estado.
Funcionários são contratados de forma terceirizada há mais de uma década. Há casos de profissionais nessa situação há pelo menos 16 anos. Durante esse tempo, cinco governadores passaram pelo Palácio de Karnak e nada foi resolvido.
Assumimos que nada foi feito, em parte, pela apatia da nossa categoria. Mas isso não justifica que gestores públicos tenham se omitido da responsabilidade de promover concurso público para jornalistas. Por sinal, das dezenas de profissionais contratados pelo Estado do Piauí hoje, apenas sete são concursados e ganham abaixo do piso, sem receberem por horas extras.
UNIJOR - União dos Jornalistas do Piauí
Hoje, os funcionários da Fundação Antares, que cumprem sua missão com dignidade e respeito, têm medo de se manifestar contra a situação precária de trabalho e o risco de demissões. Se não falarmos por eles, quem o fará?
Somos os profissionais que damos voz a todas as entidades sindicais do Piauí em suas bandeiras. Chegou a hora de soltarmos a voz e exigirmos respeito. Se não fizermos isso, quem fará?
Fazemos parte de um movimento recente. Um coletivo de jornalistas que uniu mais de 50 profissionais em sua primeira reunião, e que conta com mais de 150 pessoas em grupos de discussão na internet, firmes no propósito de que precisamos nos unir, acima das posições políticas e editoriais. A cobrança de respeito aos profissionais da Fundação Antares é apenas o primeiro passo.
Em nome dos que se uniram para reconstruir a profissão de jornalista no Estado, a União dos Jornalistas do Piauí (Unijor-PI) repudia a demissão e a consequente redução do quadro de funcionários da Fundação Antares. Ao tempo em que nos solidarizamos com os colegas das rádios e TVs de Teresina, de Picos e de Parnaíba, estamos à disposição para apoiar qualquer ato contrário a essa situação, para que o Governo do Estado reverta este quadro. E nos prontificamos, como movimento organizado, a discutir soluções futuras e mais sólidas, para que dias lamentáveis como os das últimas semanas não se repitam e que famílias e profissionais possam dormir tranquilos.
Teresina, 07 de abril de 2016
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