sexta-feira, fevereiro 06, 2015

Monteiro é o lado bom da indicação de Bendine

Ivan Monteiro, do Banco do Brasil, foi nomeado novo diretor financeiro da Petrobras

Ivan Monteiro, do Banco do Brasil, foi nomeado novo diretor financeiro da Petrobras (Fábio Motta/Estadão Conteúdo)
O nome de Aldemir Bendine pode não ter agradado o mercado, mas a escolha de Ivan Monteiro para ser seu braço forte nas finanças pode pesar a favor. Monteiro é funcionário de carreira no Banco do Brasil, onde ocupou até esta sexta-feira o cargo de Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, mesmo cargo que assume na Petrobras. 
Os mercados – bancário e petróleo – são bem diferentes, é verdade, mas analistas acreditam que não será um problema para Monteiro. Entre seus feitos está a reestruturação societária em 2009, quando comandou operações bem-sucedidas e que trouxeram capital para a instituição sem a necessidade de diluição dos acionistas (governo e minoritários). 
O diretor Financeiro também foi peça-chave no resgate do Banco Votorantim, mas precisou cortar 40% dos funcionários do grupo. O Nossa Caixa, comprado pelo BB, também passou por ajustes fortes.
Apesar da forte ingerência do governo, sobretudo quando a presidente Dilma decidiu interferir pessoalmente na redução dos juros, a instituição perseguiu nos últimos anos ganhos de eficiência e produtividade. Monteiro conseguiu coordenar com certo equilíbrio o plano do governo com os parâmetros saudáveis de mercado, sem desapontar investidores.
 “Ele é visto como um pró-mercado, claro, dentro das limitações de uma instituição pública, que não tem uma estrutura tão flexível de gestão de pessoas”, conta Fadul, que acompanha por anos o trabalho de Monteiro como analista de investimentos. “Ele se mostrou um executivo moderno, de controle de custos e foco nas atividades centrais do banco”, afirma o analista de um banco de investimentos. Credenciais técnicas e bom trânsito são características, digamos, essenciais do executivo que assinará embaixo do balanço da Petrobras — aquele que deve ser divulgado em março e que mostrará o rombo advindo da corrupção. (Naiara Infante Bertão, de São Paulo)

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