Diante
da cobertura jornalística realizada neste segundo turno das eleições
presidenciais e de casos de censura e pressões a jornalistas, a
Federação Nacional do Jornalistas (FENAJ) vem a público alertar a
sociedade brasileira sobre a farsa praticada por muitos veículos de
comunicação, que fazem proselitismo eleitoral disfarçado de Jornalismo.
Estamos num momento importante de consolidação da democracia
brasileira, em que a informação é um bem público indispensável aos
cidadãos e cidadãs para a definição do voto. Infelizmente, com o
objetivo indisfarçável de beneficiar um dos candidatos, muitos veículos
de comunicação – entre eles os principais jornais e revistas de
circulação nacional e os principais grupos de rádio e TV – abdicaram do
Jornalismo como atividade de produção e veiculação de informação isenta,
plural e ética.
Como entidade maior de representação dos jornalistas brasileiros, a
FENAJ alerta para o perigo das notícias tendenciosas, das denúncias sem
provas, das análises esvaziadas de dados e cheias de opiniões, das
reportagens que buscam nexos inexistentes e das pesquisas eleitorais
que, lembramos, tiveram sua credibilidade abalada pelos resultados do 1º
turno das eleições.
Reafirmamos, mais uma vez, a importância do Jornalismo e sua
possibilidade de realização tendo em vista o interesse público.
Ressaltamos que os veículos de comunicação poderiam fazer a opção de
declarar apoio a uma candidatura, o que é prática comum em outros países
do mundo. Ainda assim, não deveriam abdicar dos princípios teóricos,
técnicos e éticos do Jornalismo para beneficiar um candidato. A opção,
entretanto, é por afirmar uma falsa neutralidade e por abrir mão do
Jornalismo para enganar a sociedade.
Por fim, a FENAJ repudia as ações de pressão, intimidação e repressão
aos jornalistas, que são penalizados justamente por defenderem o
Jornalismo como atividade garantidora do direito da sociedade à
informação. Igualmente, esta Federação repudia a postura dos que não
diferenciam a prática e linha editorial das empresas de comunicação do
exercício profissional e responsável do jornalismo.
Conclamamos os jornalistas e o conjunto da sociedade brasileira a
dizer não ao autoritarismo e a todas as formas de cerceamento à
liberdade de expressão e à liberdade do voto.
Diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas.
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