SÃO PAULO (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição em outubro, afirmou neste sábado que tomará as "providências cabíveis" quando tiver informações oficiais sobre os depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa à Polícia Federal sobre um suposto esquema de corrupção na estatal.
Segundo reportagem da Veja desta semana, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras teria citado dezenas de parlamentares da base aliada do governo, um ministro e três governadores como envolvidos. A matéria da revista diz que o esquema da Petrobras "funcionou a pleno vapor nos últimos três governos do PT e tinha como objetivo manter intacta e fiel a base de sustentação no Congresso Nacional".
Entre os nomes que teriam sido citados por Costa na delação premiada estão os dos presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Aparecem ainda o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e três governadores, entre eles o ex-mandatário de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto num acidente aéreo em agosto.
"Eu acredito que nós precisamos ter dados oficiais a respeito dessa questão. A própria revista que anuncia esses dados disse que o processo está criptografado, guardado dentro do cofre e irá para o Supremo (Tribunal Federal)", disse Dilma a jornalistas antes de participar de comício em São Paulo.
"Eu gostarei de saber direitinho quais são as informações prestadas nessas condições. E eu te asseguro que eu tomarei todas as providências cabíveis. Agora, não com base em especulação, eu quero as informações. Acho que as informações são essenciais e são devidas ao governo. Caso contrário, a gente não pode tomar medidas efetivas", acrescentou a presidente.
As primeiras notícias com informações sobre o teor dos depoimentos de Costa à PF surgiram na imprensa no fim da sexta-feira, um mês antes do primeiro turno das eleições.
Além de Campos, que era candidato à Presidência da República pelo PSB, os outros governadores que aparecem na revista Veja são Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro, e Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão.
Outros nomes citados na revista são os dos senadores Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo na Casa. Entre os deputados, a publicação menciona o petista Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (PP-SC).
O ex-ministro das Cidades e ex-deputado Mário Negromonte, também do PP, seria outro suposto beneficiário do esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.






0 comentários:
Postar um comentário