O Presidente russo, Vladimir Putin, comprometeu-se a ajudar Cuba na prospecção petrolífera marítima e encontrou-se em Havana com o antigo líder da ilha, Fidel Castro, e com o actual, o irmão, Raul, no início de uma digressão pela América Latina.
Cuba produz cerca de 55 mil barris petróleo por dia, explorado em terra, e depende em grande medida da importação de 110 mil barris diários de petróleo venezuelano – segundo dados divulgados pela Reuters. Uma eventual descoberta de grandes quantidades de petróleo teria, naturalmente, um enorme efeito na economia do país. Na comitiva russa segue o presidente da empresa petrolífera Rosneft, Igor Sechin, um dos visados pelas sanções norte-americanas à Rússia, devido à crise na Ucrânia.
“Vamos dar apoio aos nossos amigos cubanos para superar o embargo ilegal”, disse, citado pela agência, Putin, que permaneceu algumas horas em Havana, onde reactivou laços do tempo da era soviética e recebeu a mais alta condecoração do país, a medalha José Martí. Os Estados Unidos mantêm há 52 anos um embargo económico à ilha.
Putin prometeu também reinvestir em projectos de desenvolvimento 3,5 mil milhões de dólares de dívida de Cuba à Rússia (mais de 2,5 mil milhões de euros). Diplomatas colocados em Havana admitiram à Reuters a possibilidade de esse investimento poder consistir na conversão desses créditos em participações russas em empresas estatais cubanas.
O “reinvestimento” faz parte de um acordo de perdão de 90% de uma dívida calculada em 32 mil milhões de dólares (mais de 23,5 milhões de euros) de empréstimos que datam na sua maior parte da era soviética. O perdão da dívida foi aprovado pelo Parlamento russo na véspera de o Presidente deixar Moscovo.
O líder russo manifestou também o interesse de empresas do seu país em fazerem negócios na zona económica especial de Mariel, perto de Havana, onde ainda não opera qualquer empresa estrangeira.
De Cuba, Putin seguiu para a Nicarágua, onde fez uma breve paragem não anunciada previamente. Durante esta paragem, segundo a AFP, discutiu ao longo de uma hora a cooperação bilateral com o Presidente, Daniel Ortega. Seguiu depois, como previsto, para a Argentina. A digressão latino-americana inclui o Brasil, onde vai assistir à final do campeonato do Mundo de futebol, neste domingo. O próximo torneio, em 2018, será na Rússia.
No Brasil, o Presidente russo manterá contactos bilaterais – eventualmente com a chanceler alemã, Angela Merkel, que se desloca ao Rio de Janeiro para assistir à final entre a Alemanha e Argentina – e participará, terça e quarta-feira, numa cimeira do BRIC (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Numa entrevista à agência Itar-Tass, na sexta-feira, Putin disse que o Brasil e outros países emergentes devem desempenhar um maior papel nos assuntos internacionais.
0 comentários:
Postar um comentário