A Petrobrás decidiu fechar 38 de seus escritórios no exterior, com o
objetivo de se concentrar em atividades do pré-sal, que podem dobrar a
produção da estatal até 2020. A estratégia está inserida no plano de
venda de ativos da estatal no exterior - recentemente, já foram vendidas
unidades na Argentina e no Uruguai, por exemplo.
O plano de fechamento dos escritórios em outros países foi revelado
pela presidente da Petrobrás, Graça Foster, à revista Brasil Energia.
Mas os locais que serão afetados não foram anunciados. "Nós ainda não
temos detalhes sobre os países onde os escritórios serão fechados",
disse ontem um porta-voz da companhia.
Rating. Em Brasília, durante sessão solene de homenagem aos 60 anos
da Petrobrás no Senado, Graça Foster disse que o rebaixamento da nota de
risco da dívida da empresa pela Moody's desagradou a companhia, mas
afirmou que respeita a decisão da agência de classificação de risco.
"Ninguém gosta de ganhar nota baixa", reconheceu. "Isso é um alerta. A
Petrobrás está atenta a todas suas melhorias e necessidades."
Na última quinta-feira, a Moody's reduziu o rating da dívida de longo
prazo em moeda local e estrangeira da Petrobrás de "A3" para "Baa1",
com perspectiva negativa.
Graça destacou, porém, que a Petrobrás ainda é a empresa brasileira
com melhor avaliação pela Moody's, e ressaltou que a companhia ainda
mantém o grau de investimento. Também segundo ela, daqui a alguns meses,
a Petrobrás será capaz de aumentar sua produção. "Isso será superado",
afirmou. "Respeitamos a posição da Moody's, evidentemente, e passamos a
cuidar ainda melhor dos nossos indicadores econômico-financeiros."
Graça evitou falar sobre um dos principais pleitos da empresa, o
aumento dos combustíveis. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão,
recentemente citou que, em janeiro, quando foi autorizado o último
reajuste, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia mencionado a
possibilidade de uma nova elevação ainda este ano.
"O ministro Lobão realmente declarou que seria possível um reajuste
até o fim do ano. A Petrobrás não tem previsão de data para reajuste."
A executiva evitou falar sobre a participação da companhia no leilão
do campo de Libra, marcado para 21 de outubro. Também evitou comentários
a respeito de possíveis planos do governo para capitalizar a empresa,
que terá de desembolsar pelo menos R$ 4,5 bilhões pelo bônus de
assinatura na licitação.
Ao ser questionada sobre a possibilidade de renovação do contrato de
cessão onerosa feito no processo de capitalização da empresa, em 2010, e
sobre a hipótese de o grupo ter acesso total às reservas cedidas,
principalmente do campo de Franco, Graça disse apenas que a empresa está
"trabalhando Libra". / ANNE WARTH E EDUARDO RODRIGUES, COM DOW JONES
NEWSWIRES






0 comentários:
Postar um comentário