Fantástico revelou que ministério foi alvo de agência do Canadá.
Ela afirmou que Itamaraty vai cobrar resposta do governo canadense.
A presidente Dilma Rousseff escreveu na manhã desta segunda-feira (7) em sua conta no Twitter que a denúncias de que o Ministério de Minas e Energia foi espionado por agência de inteligência do Canadá mostra que as ações espionagem contra o Brasil são motivadas por razões econômicas e estratégicas. Dilma afirmou ainda que o Itamaraty vai cobrar explicações do governo canadense.

Neste domingo (6), reportagem do Fantástico
mostrou documentos vazados por Edward Snonden, ex-analista da agência
de inteligência norte-americana NSA, que indicam que o Canadá espionou o
Ministério de Minas e Energia (veja o vídeo ao lado). A reportagem teve
acesso a uma apresentação da Agência Canadense de Segurança em
Comunicação (CSEC, na sigla em inglês). Na mira do órgão estava a rede
de comunicações da pasta – telefonemas, e-mails e uso da internet –,
que, segundo o documento, foi mapeada em detalhes.
Em setembro o Fantástico já havia mostrado
que a Agência Nacional de Segurança (NSA) tinha como alvo de espionagem
a própria presidente Dilma Rousseff e assessores próximos e a
Petrobras.
"A denúncia de que Ministério Minas e Energia foi alvo de espionagem
confirma as razões econômicas e estratégicas por trás de tais atos",
escreveu a presidente.
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Em outro texto também publicado no Twitter nesta segunda, a presidente
Dilma escreveu que "a espionagem atenta contra a soberania das nações e a
privacidade das pessoas e das empresas".
"A reportagem aponta para interesses canadenses na área de mineração. O
Itamaraty vai exigir explicações do Canadá", completou Dilma.
A apresentação canadense foi exibida em junho de 2012 numa conferência
em junho de 2012 que reuniu analistas ligados a agências de espionagem
de cinco países, do grupo conhecido como Five Eyes (Cinco Olhos, em
português): Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Austrália e Nova
Zelândia.
Em outra postagem, Dilma escreveu que "tudo indica indica que os dados
do NSA são acessados pelos 5 governos e pelas milhares de empresas
prestadoras de serviços com amplo acesso a eles".
"É urgente que os EUA e seus aliados encerrem suas ações de espionagem
de uma vez por todas", escreveu. "Isso é inadmissível entre países que
pretendem ser parceiros. Repudiamos a guerra cibernética."
A presidente afirmou ainda que determinou ao ministro de Minas e
Energia, Edison Lobão, que reforce a segurança do sistema da pasta.
"Embora o Ministério tenha bom sistema proteção de dados, determinei ao
ministro Lobão rigorosa avaliação e reforço da segurança desses
sistemas", escreveu.
Na noite de domingo Dilma já havia comentado as denúncias de
espionagem. Ela citou o projeto do marco civil da internet que o governo
enviou ao Congresso, iniciativa que, segundo ela, vai "ampliar a
proteção da privacidade dos brasileiros".
"Nossa proposta para um marco civil internacional será enviada à ONU
assim que nosso marco civil da internet for aprovado", afirmou a
presidente.
Discurso na ONU
Em seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU, em setembro, Dilma já havia criticado as ações de espionagem dos Estados Unidos. Na ocasião, ela disse que essa prática “fere” o direito internacional e “afronta” os princípios que regem a relação entre os países.
Em seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU, em setembro, Dilma já havia criticado as ações de espionagem dos Estados Unidos. Na ocasião, ela disse que essa prática “fere” o direito internacional e “afronta” os princípios que regem a relação entre os países.
"Quero trazer à consideração das delegações uma questão à qual atribuo a
maior relevância e gravidade. Recentes revelações sobre as atividades
de uma rede global de espionagem eletrônica provocaram indignação e
repúdio em amplos setores da opinião pública mundial", afirmou a
presidente.
Ela também rebateu as alegações de que a espionagem serviria para combater o terrorismo.
“Jamais pode o direito à segurança dos cidadãos de um país ser
garantido mediante a violação de direitos humanos fundamentais dos
cidadãos de outro país. Não se sustentam argumentos de que a
interceptação ilegal de informações e dados destina-se a proteger as
nações contra o terrorismo”, afirmou a presidente na ONU.
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