Segundo as projeções, Brasil terá o menor crescimento entre países emergentes; para 2013, a previsão foi mantida em 2,5%
WASHINGTON - O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve a projeção de crescimento do Brasil em 2013, mas reduziu a de 2014. Os economistas do Fundo seguem apostando que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá 2,5% este ano, de acordo com o relatório Perspectiva Econômica Global, divulgado nesta terça-feira (8) pelo Fundo no início de sua reunião anual. A estimativa é a mesma que havia sido divulgada em julho. Mas, para o ano que vem, a projeção anterior de alta de 3,2% do PIB foi reduzida para 2,5%.
Se o crescimento de 2,5% se confirmar em 2014, este será a menor alta
entre os emergentes. Apesar de a projeção ter sido cortada, a Índia
deve crescer 5,1% em 2014 e 3,8% em 2013. As projeções para o PIB da
China também foram reduzidas e o documento diz que o país asiático terá
nos próximos anos um ritmo menos intenso de crescimento do que vinha
registrando. Em 2013, a previsão de crescimento da economia baixou de
7,8% para 7,6%. No ano que vem, foi reduzida de 7,7% para 7,3%.
No caso da Rússia, o PIB deve crescer 3% em 2014 e 1,5% em 2013. O
documento ainda calcula uma alta de 2,9% da economia da África do Sul em
2014 e de 2% em 2013.
Os países emergentes, ressalta o FMI, estão registrando crescimento
menor e devem contribuir menos com o avanço do PIB mundial este ano e
nos próximos. As taxas de expansão destes mercados estão em torno de
três pontos porcentuais abaixo do que eram em 2010, com Brasil, Índia e
China respondendo por dois terços do declínio. No caso do Brasil e
Índia, o relatório destaca que parte da desaceleração deve-se a uma
infraestrutura insuficiente, que limita uma maior expansão da atividade,
além de questões regulatórias.
A América Latina deve crescer 2,7% este ano e 3,1% no próximo, nos
dois casos uma redução de 0,3 ponto porcentual ante a estimativa
divulgada em julho. O México deve se expandir apenas 1,2% este ano. O
país teve o maior corte na estimativa do PIB em 2013 no relatório de
hoje, com redução de 1,7 ponto.
Manutenção da projeção
Foi a primeira vez em mais de um ano que o FMI manteve a projeção de
crescimento brasileiro para 2013, já que o número vinha sendo reduzido a
cada novo relatório com estimativas econômicas do Fundo desde meados do
ano passado. Para 2014, a redução de 0,7 ponto porcentual na projeção
do PIB brasileiro foi a maior entre os principais países com números
divulgados hoje pelo FMI.
No relatório, o FMI destaca que a recuperação da economia brasileira
deve continuar em ritmo moderado, ajudada pela alta do dólar e pelo
consumo, além das políticas de estímulo do governo para incentivar o
investimento. Mas o documento chama atenção para o fato de que a
inflação alta pode pesar no desempenho do varejo ao reduzir o poder de
compra da população. Incerteza política e problemas pelo lado da oferta
também podem continuar a prejudicar a atividade econômica.
Em meio à inflação ainda alta, o FMI diz que o Brasil pode precisar
elevar novamente os juros. "Em um grupo de países, incluindo Brasil,
Índia e Indonésia, um maior aperto (na política monetária) pode ser
necessário para fazer face à continua pressão inflacionária vinda da
limitação da capacidade produtiva e que deve ainda ser reforçada pela
recente depreciação da moeda", afirma o documento, que reserva boa parte
de sua análise para descrever a desaceleração econômica dos mercados
emergentes - movimento que acabou acontecendo em intensidade maior do
que se esperava.
O FMI estima que o índice de preços ao consumidor vá subir 6,3% este
ano no Brasil e 5,8% no próximo. O déficit da conta corrente deve ficar
em 3,4% e 3,2%, respectivamente neste ano e no próximo. Já para a taxa
de desemprego a previsão é de 5,8% e 6%. Ainda sobre o Brasil, o FMI
alerta que a política fiscal do País precisa ser reforçada com urgência,
dado o alto nível de endividamento.
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