Parâmetros técnicos utilizados para os testes geraram resultados aquém da expectativa do governo e das emissoras, como a diminuição da área de cobertura

Rádio: transmissão digital oferece ao
radiodifusor a possibilidade de fazer multiprogramação e de transmitir
dados, além da melhoria da qualidade do sinal
São Paulo - Depois de um longo período de testes de dois padrões
tecnológicos de rádio digital, o DRM europeu e o HD Radio
norte-americano, o conselho consultivo do rádio digital chegou à
conclusão que ainda não é possível optar por nenhum dos dois caminhos, o
que foi referendado pelo Ministério das Comunicações
no ano passado. Isso porque os parâmetros técnicos utilizados para os
testes geraram resultados aquém da expectativa do governo e das
emissoras, como a diminuição da área de cobertura do sinal.
Mas o assunto, entretanto, não foi enterrado pelo Ministério das
Comunicações, que já programa uma nova bateria de testes. "Uma questão
absoluta para a digitalização efetiva é a cobertura. Emissora que perde
cobertura perde importância. Um meio de comunicação como rádio, que tem
como característica fundamental o seu papel inclusivo, não pode se dar
ao luxo de perder cobertura. É com essa expectativa que temos pensado
essa segunda bateria de testes", disse o diretor do Departamento de
Acompanhamento e Avaliação de Serviços do Minicom, Octavio Pierante,
durante audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado
convocada para discutir o assunto.
Mas não é apenas a questão tecnológica que ainda precisa ser resolvida.
A transmissão digital oferece ao radiodifusor a possibilidade de fazer
multiprogramação e de transmitir dados, além da melhoria da qualidade do
sinal. As emissoras privadas, contudo, ainda não identificaram um
modelo de negócio que possa fazer frente aos investimentos necessários
para a digitalização. A falta de recursos é ainda mais grave para os
empresários das rádios AM, onde a queda na receita publicitária é mais
acentuada. "O setor vive crise comercial e financeira. Até o momento, o
radiodifusor só vê custos, não vê um modelo de negócios viável", resume o
engenheiro da Abratel, André Felipe Trindade.
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