Menos de 48 horas após o anúncio da filiação
da ex-senadora Marina Silva ao PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo
Campos, que preside o partido, reconheceu a existência de divergências
entre as duas legendas.
"Nós fizemos uma aliança programática, e nós reconhecemos as diferenças
que temos. Tanto é que somos dois partidos. Um com 60 anos e um com um
ano, recém-criado. Vamos aprender um com o outro. Para o PSB, é muito
importante essa convivência com a Rede", afirmou.
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Questionado sobre como o PSB receberá a ex-senadora --que evita tratar
de temas polêmicos, como o casamento gay ou o aborto--, Campos minimizou
as discordâncias e apontou que, em nome do projeto presidencial, PSB e
Rede vão trabalhar sobre pontos de convergência.
"Nós não queremos anular as nossas diferenças. Queremos reforçar a nossa
identidade, que é construir a nova política. Nós e a Rede entendemos
que só há um caminho para fazer essa mudança de verdade: é enterrar a
velha política", disse Campos, durante vistoria das obras do Hospital do
Câncer, na manhã desta segunda-feira (7) no Recife.
O presidenciável lembrou que ele e Marina Silva foram ministros na
primeira administração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
ressaltando que o legado do governo petista também deve ser dividido com
os partidos que participaram das gestões.
"Somos daqueles que acreditam que o que une as pessoas não são nomes. A
força transformadora de unir corações e mentes é a força das ideias.
Quanto mais essas ideias preservarem as conquistas que já tivemos no
passado, e quanto mais inovadoras essas ideias forem, elas vão ter a
capacidade de construir uma plataforma sobre a qual em 2014 nós
haveremos de ter a tarefa de construir uma chapa PSB-Rede", disse
Campos.
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A ex-senadora Marina Silva (à esq.)anuncia sua filiação ao PSB, do governador Eduardo Campos (PE) |
A aliança, segundo Campos, deve atrair outros partidos. O governador, no
entanto, evitou comentar se já existem movimentações com outras
legendas. "Esperamos receber o apoio de outras lideranças políticas que,
muitas vezes, estando em partidos que não comunguem com esse
pensamento, poderão se expressar. O grande objetivo é juntar as boas
ideias que nós temos porque, juntando as boas ideias, vamos juntar as
boas pessoas."
Instado a responder se teme retaliações do PT, Campos foi evasivo.
"Vamos viver a vida, minha gente! Vamos viver a vida como ela é, cada
dia a gente vai enfrentando com tranquilidade, desejando que as pessoas
entendam que nossa posição não é contra quem quer que seja e não é para
destruir quem quer que seja. Queremos construir um jeito diferente de
fazer política."
O pessebista disse ainda não ter conseguido conversar, antes do anúncio,
com o ex-presidente Lula. "Tentei falar com o presidente Lula no
sábado, e não consegui. Tive notícias de que ele estava fora de São
Paulo, e não voltei a falar com ele, porque no domingo não seria o
caso".
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