Em carta, regime pede que organização previna quaisquer agressões e que pressione para uma solução política
O regime da Síria pediu à Organização das
Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira (2) que evite "qualquer
agressão" contra o país depois das declarações feitas pelo presidente dos EUA
, Barack Obama, nas quais defendeu ataques punitivos contra o Exército sírio devido à ação com armas químicas no mês passado.
TV estatal:
Assad diz que Síria é capaz de enfrentar qualquer agressão

Foto sem data divulgada pela
agência oficial Sana mostra o presidente sírio, Bashar al-Assad, durante
entrevista com o jornal russo Izvestia
Secretário de Estado dos EUA:
Provas mostram que Síria usou gás sarin
Os EUA alegam que o ataque químico lançado pela Síria deixou 1.429 mortos
, incluindo 426 crianças. Este foi considerado o pior incidente com uso
de armas químicas desde o ataque com gás venenoso durante o governo do
iraquiano Saddam Hussein, que matou milhares de curdos em 1988.
Apesar de ter prometido uma resposta contra a Síria, Obama afirmou no fim de semana, em decisão surpreendente, que qualquer ação depende de aprovação prévia do Congresso americano
, que retorna do recesso em 9 de setembro.
Saiba mais sobre as armas químicas da Síria:
Irã ajudou a produzir arsenal
Em uma carta ao chefe da ONU, Ban Ki-moon, e à presidente
do Conselho de Segurança, Maria Cristina Perceval, o embaixador da
Síria na ONU Bashar Ja'afari pediu que o secretário-geral da ONU "assuma
sua responsabilidade de prevenir qualquer agressão contra a Síria e que
pressione para que se alcance uma solução política para a crise". A carta foi divulgada pela agência de notícias estatal do país, Sana.
Até o momento, o regime de Bashar al-Assad está a salvo
de sanções e é improvável que o Conselho de Segurança autorize um ataque
militar contra a Síria, porque dois dos seus membros - Rússia e China -
bloquearam todos os esforços de ação contra seu aliado.
Também nesta segunda-feira, o chanceler da Rússia, Sergei
Lavrov, caracterizou como "absolutamente pouco convincente" a
informação que os EUA mostraram para Moscou para tentar provar que o
regime sírio estava por trás do ataque químico de 21 de agosto.
"Sim, eles nos mostraram algumas descobertas, mas não
havia nada específico ali: nenhuma coordenada geográfica, nenhum nome,
nenhuma prova de que os testes foram realizados por profissionais",
disse Lavrov. Ele não afirmou a que testes estava se referindo.
"O que nossos parceiros americanos, britânicos e
franceses nos mostraram no passado e acabaram de nos mostrar
recentemente é absolutamente pouco convincente", acrescentou Lavrov. "E
quando você pede provas mais detalhadas, eles dizem que é tudo isso é
confidencial e portanto não podem mostrar."
'Ajuda à Al-Qaeda'
O vice-ministro das Relações Exteriores da Síria, Faisal
Mekdad, disse em entrevista à rede britânica BBC que grupos armados
apoiados pelos EUA foram responsáveis pelo uso de armas químicas na
guerra civil do país, e não o governo.
Galeria de fotos:
Veja imagens do suposto ataque químico na Síria
Mekdad disse que um eventual ataque americano
beneficiaria dois grupos ligados à Al-Qaeda: o Jabat al-Nusra e o Estado
do Islã na Síria e no Iraque. Ambos vêm desempenhando uma papel
importante na insurgência contra o regime de Assad.
Veja imagens da guerra na Síria desde o início deste ano:
Tanque velho sírio é cercado por fogo após explosão de morteiros nas Colinas do Golan, território
O vice-ministro sírio – que é tido como muito
influente no governo de Al-Assad – afirmou que uma intervenção americana
no país aprofundaria o "ódio aos americanos" no Oriente Médio e
desestabilizaria a região.
Mekdad disse que o fato de Obama ter recuado no fim de semana
, pedindo agora aprovação do Congresso americano, é um sinal de que o
presidente americano não pensou com cuidado em todas as consequências
que uma ação teria.Mas ele acredita que o recuo de Obama não fará muita diferença. "Isso não mudou nada, já que ele está decidido a lançar um ataque."
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