segunda-feira, setembro 02, 2013

Síria pede que ONU impeça ataque dos EUA

Em carta, regime pede que organização previna quaisquer agressões e que pressione para uma solução política

O regime da Síria pediu à Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira (2) que evite "qualquer agressão" contra o país depois das declarações feitas pelo presidente dos EUA , Barack Obama, nas quais defendeu ataques punitivos contra o Exército sírio devido à ação com armas químicas no mês passado.
TV estatal: Assad diz que Síria é capaz de enfrentar qualquer agressão
AP
Foto sem data divulgada pela agência oficial Sana mostra o presidente sírio, Bashar al-Assad, durante entrevista com o jornal russo Izvestia
Secretário de Estado dos EUA: Provas mostram que Síria usou gás sarin
Os EUA alegam que o ataque químico lançado pela Síria deixou 1.429 mortos , incluindo 426 crianças. Este foi considerado o pior incidente com uso de armas químicas desde o ataque com gás venenoso durante o governo do iraquiano Saddam Hussein, que matou milhares de curdos em 1988.

Apesar de ter prometido uma resposta contra a Síria, Obama afirmou no fim de semana, em decisão surpreendente, que qualquer ação depende de aprovação prévia do Congresso americano , que retorna do recesso em 9 de setembro.

Saiba mais sobre as armas químicas da Síria: Irã ajudou a produzir arsenal
Em uma carta ao chefe da ONU, Ban Ki-moon, e à presidente do Conselho de Segurança, Maria Cristina Perceval, o embaixador da Síria na ONU Bashar Ja'afari pediu que o secretário-geral da ONU "assuma sua responsabilidade de prevenir qualquer agressão contra a Síria e que pressione para que se alcance uma solução política para a crise". A carta foi divulgada pela agência de notícias estatal do país, Sana.
Até o momento, o regime de Bashar al-Assad está a salvo de sanções e é improvável que o Conselho de Segurança autorize um ataque militar contra a Síria, porque dois dos seus membros - Rússia e China - bloquearam todos os esforços de ação contra seu aliado.

Também nesta segunda-feira, o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, caracterizou como "absolutamente pouco convincente" a informação que os EUA mostraram para Moscou para tentar provar que o regime sírio estava por trás do ataque químico de 21 de agosto.

"Sim, eles nos mostraram algumas descobertas, mas não havia nada específico ali: nenhuma coordenada geográfica, nenhum nome, nenhuma prova de que os testes foram realizados por profissionais", disse Lavrov. Ele não afirmou a que testes estava se referindo.

"O que nossos parceiros americanos, britânicos e franceses nos mostraram no passado e acabaram de nos mostrar recentemente é absolutamente pouco convincente", acrescentou Lavrov. "E quando você pede provas mais detalhadas, eles dizem que é tudo isso é confidencial e portanto não podem mostrar."
'Ajuda à Al-Qaeda'
O vice-ministro das Relações Exteriores da Síria, Faisal Mekdad, disse em entrevista à rede britânica BBC que grupos armados apoiados pelos EUA foram responsáveis pelo uso de armas químicas na guerra civil do país, e não o governo.

Mekdad disse que um eventual ataque americano beneficiaria dois grupos ligados à Al-Qaeda: o Jabat al-Nusra e o Estado do Islã na Síria e no Iraque. Ambos vêm desempenhando uma papel importante na insurgência contra o regime de Assad.
Veja imagens da guerra na Síria desde o início deste ano:
Tanque velho sírio é cercado por fogo após explosão de morteiros nas Colinas do Golan, território 
 
O vice-ministro sírio – que é tido como muito influente no governo de Al-Assad – afirmou que uma intervenção americana no país aprofundaria o "ódio aos americanos" no Oriente Médio e desestabilizaria a região.
Mekdad disse que o fato de Obama ter recuado no fim de semana , pedindo agora aprovação do Congresso americano, é um sinal de que o presidente americano não pensou com cuidado em todas as consequências que uma ação teria.
Mas ele acredita que o recuo de Obama não fará muita diferença. "Isso não mudou nada, já que ele está decidido a lançar um ataque."

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