A polícia diz que os integrantes do esquema atuavam com a ajuda direta de prefeitos, ex-prefeitos, deputados e funcionários públicos da União em nove estados e no DF.
O relatórios da Polícia Federal sobre o funcionamento da quadrilha que desviou R$ 50 milhões de fundos de pensão de prefeituras.
Na semana passada, 20 pessoas foram presas.
A polícia diz que os integrantes do esquema atuavam com a ajuda direta
de prefeitos, ex-prefeitos, deputados e funcionários públicos da União em nove estados e no Distrito Federal.
O ex-procurador Geral da Fazenda Nacional Manoel Felipe do Rego
Brandão, segundo a Polícia Federal, era um lobista que facilitava
contatos entre a quadrilha e políticos. Há indícios de que "tenha
intermediado o acesso a institutos de previdência do Piauí”, estado que
não aparece no mapa das investigações.
Já o auditor da Receita Federal,
Gustavo Alberto Starling Soares Filho, teve a exoneração do Ministério
da Previdência, onde trabalhava, publicada nesta segunda (23). Para a
Polícia Federal, ele era o consultor previdenciário da quadrilha.
No ministério, ele trabalhava justamente no setor responsável por fiscalizar os fundos previdenciários municipais.
Em um diálogo gravado com autorização da Justiça, em maio de 2013,
Gustavo tenta ajudar Carlos Eduardo Carneiro Lemos, um dos chefes da
quadrilha - que está foragido. A conversa é com outro auditor, que não
está sendo investigado:
Gustavo: "Imaginemos que uma pessoa ganhou R$ 20 milhões em um ano. Não
tem como comprovar R$ 15 milhões. Para fazer imposto de renda, você
acha que isso dá problema?”
Gustavo Starling participou de cursos oferecidos pela quadrilha, onde
prefeitos e gestores seriam aliciados, segundo a Polícia Federal.
Nos relatórios de investigação, os policiais apontam que a propina paga
a prefeitos que investiam em fundos de pensão de fachada variava de 3% a
8% sobre o valor aplicado. O pagamento era feito geralmente 30 dias
depois da operação.
As revelações fazem parte de relatórios de inteligência da Operação
Miquéias, que apurou desvios em fundos de pensão de prefeituras e
lavagem de dinheiro. Cerca de 20 pessoas foram presas e foram
apreendidos carros de luxo e um iate.
Nos municípios, a quadrilha contava, ainda, com a ajuda de um deputado estadual: Samuel Belchior, do PMDB. Na semana passada ele confirmou que foi alvo da busca e apreensão.
Em diálogos gravados, o deputado se refere a uma das lobistas como ‘chefa’ e diz que está ‘trabalhando bonito’ para ela.
O deputado estadual, Samuel Belchior, do PMDB de Goiás, disse que foi
procurado pela lobista para que ele intermediasse encontros com
prefeitos, mas que isso não foi feito. E disse que está disposto a abrir
seus sigilos fiscal, bancário e telefônico.
O ex-procurador geral da Fazenda Nacional, Manoel Felipe Rego Brandão,
não foi localizado. Segundo a assessoria de imprensa da Fazenda
Nacional, ele está de licença desde 2006.
O ex-funcionário do Ministério da Previdência, Gustavo Alberto Starling Soares Filho, também não foi encontrado.
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