Em um esforço para atrair investidores estrangeiros
ao Brasil, a presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira em Nova
York que os projetos na área de infraestrutura são a grande aposta para
o crescimento do país, ao mesmo tempo em que tentou dar garantias sobre
a solidez dos fundamentos econômicos do país.
Diante de uma plateia de empresários em um seminário organizado pelo
banco Goldman Sachs, Dilma disse que há no país forte demanda por serviços de infraestrutura, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e energia.
Ela também garantiu aos presentes que o governo brasileiro respeita
os contratos e reiterou o compromisso de manter a inflação sob controle e
o rigor fiscal.
"O Brasil precisa do investimento e da gestão privadas para fazer
face ao desafio de atacar os principais problemas logísticos e de
energia", disse a presidente, que garantiu que o programa federal de concessões na área de infraestrutura já está "em ritmo acelerado".
"Estamos prevendo concessões de 10.000 km de ferrovias, de 7.500 km
de rodovias, de 5 aeroportos internacionais, 33 mil MW de energia, três
leilões na área de óleo e gás, dois no modelo de concessões e um no
modelo de partilha, e diversos programas de mobilidade urbana, metrôs,
monotrilhos, VLTs e BRTs, espalhados pelo país", afirmou.
Dilma disse aos empresários que os investimentos em infraestrutura
são a grande aposta de seu governo para impulsionar o crescimento
econômico e declarou, durante o seminário, a preferência de seu governo
pelo regime de concessões.
Ela afirmou, no entanto, que nos casos em que não for possível adotar
essa estratégia, o governo poderá recorrer a outras fórmulas, como obras públicas e parcerias públicos privadas (PPPs).
Um dos exemplos dados por Dilma foi a duplicação e gestão do trecho
da BR-262 entre Minas e Gerais e Espírito, que chegou a entrar num
leilão de concessões de rodovias realizado na semana passada, mas não
atraiu interessados. A presidente disse que uma das alternativas em
estudo para esta rodovia é a PPP.
"O que nós preferimos é a concessão e daremos prioridade ao que pode
ser imediatamente concedido", disse, destacando que além da arrecadação
de recursos obtida com as concessões, o governo também procura uma melhor gestão dessas obras.
"Há entraves imensos no Brasil para a gestão de obras. Quando elas
são feitas pelo setor privado exclusivamente, elas são mais ágeis, mais
eficientes e inclusive de menor custo."
A presidente disse ainda que o governo federal desenhou um modelo de
significativa rentabilidade para o setor privado com vistas a garantir o
sucesso de seu programa de concessões, que também inclui condições
vantajosas de financiamento.
O leilão da área de petróleo de Libra, a maior do pré-sal, também foi
lembrado por Dilma em seu discurso aos empresários em Nova York.
Ela destacou que 7 das 11 empresas que se qualificaram para a disputa
estão entre as maiores do mundo e garantiu que Libra será um passo
importante para que o Brasil torne-se um player importante no mercado
mundial de petróleo.
"Nós sabemos que o Brasil será um exportador de petróleo. Nós estamos
caminhando para isso", disse. "O Brasil vai se posicionar como um
grande produtor de petróleo do mundo, e um grande exportador."
FUNDAMENTOS SÓLIDOS
Dilma ressaltou aos empresários os compromissos de seu governo com a
estabilidade econômica e defendeu que o equilíbrio das contas públicas é
uma "precondição" para o crescimento da economia.
"Os nossos fundamentos macroeconômicos nunca deixaram de ser sólidos.
E nós podemos olhar que o nosso nível de endividamento permaneceu baixo
e pouco vulnerável a movimentos bruscos de saída dos investidores",
garantiu.
A presidente enfatizou o modelo de flutuação do câmbio e disse que o
governo não está comprometido com um patamar para o real. "O que nós
tentamos sempre é diminuir a volatilidade e dar mais previsibilidade aos
investidores, empresas e agentes que atuam no Brasil", disse.
Diante de potenciais investidores no país, Dilma voltou a afirmar que
o Brasil respeita contratos, prática iniciada, segundo a presidente, no
governo Fernando Henrique Cardoso e mantida em sua gestão e na de seu
antecessor Luiz Inácio Lula da Silva.
"Não é possível tratar a questão do respeito aos contratos como se
fosse uma questão governamental. Não é uma questão do governo, é uma
questão do Estado brasileiro. Não interessa quem fez o contrato", disse.
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