quinta-feira, setembro 05, 2013

Assembleia Legislativa do Piauí será forçada a acabar com voto secreto

PEC já aprovada pela Câmara dos Deputados segue para o Senado, e determina que medida deverá ser estendida a todos os parlamentos do Brasil

A Assembleia Legislativa do Piauí precisará votar em breve uma proposta de emenda à Constituição Estadual para acabar de vez com as votações secretas em seu plenário. Ontem, o presidente da Casa, deputado Themístocles Filho (PMDB), afirmou que são poucas as situações em que a Alepi ainda adota o voto secreto, mas garantiu que até esses casos restritos passarão a ter voto aberto, caso assim decida o Congresso Nacional

Themístocles afirma que ainda há sigilo nas votações para a concessão de título de cidadania piauiense e para a apreciação dos vetos do chefe do Executivo estadual. O deputado, contudo, esquece de mencionar as votações para a escolha dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e para a cassação de mandatos de deputados estaduais. 

Em abril do ano passado, por exemplo, a primeira dama Lílian Martins foi escolhida membro do TCE. Na ocasião, a então secretária de Saúde recebeu 25 dos 30 votos possíveis, e até hoje não se sabe quais deputados votaram na colega de Parlamento. 

Themístocles afirma que a Assembleia Legislativa aguarda apenas a aprovação definitiva da PEC 349 no Congresso para poder colocar em tramitação uma proposta semelhante, destinada a acabar com os casos subsistentes de votação secreta no Piauí.

Themístocles Filho, presidente da Alepi, afirma que aguarda apenas a posição do Senado
Todavia, o texto da PEC é claro ao prever a obrigatoriedade do voto aberto nas votações de todo o Poder Legislativo, incluindo o Senado, a Câmara Federal, as Assembleias Legislativas, a Câmara Legislativa do Distrito Federal e as Câmaras Municipais. Sendo assim, caso o texto também passe no Senado, a Alepi será obrigada a reformular o seu regimento interno, independente da vontade dos deputados.
A PEC do Voto Aberto foi aprovada por unanimidade, em segunda votação na Câmara, mas ainda precisa ser apreciada pelo Senado, também em dois turnos. 

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), afirmou que a votação do texto é uma resposta à sociedade após a manutenção do mandato do deputado Natan Donadon (PMDB-RO), que cumpre pena de 13 anos na penitenciária da Papuda, em Brasília, e teve o mandato mantido por votação secreta do Plenário na semana passada. 

A PEC 349 começou a tramitar no Congresso em 2001, ou seja, há mais de uma década. O tempo transcorrido entre a primeira e a segunda votação da proposta na Câmara Federal demonstra o descaso dos parlamentares com a matéria, que havia sido apreciada pela primeira vez ainda no ano de 2006.
Na Câmara Municipal de Teresina não há mais sigilo em nenhum tipo de votação.

Repórter: Cícero Portela - Jornal O DIA

 

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